BANQUETE PARA A ALMA
Grande mesa posta, onírica,
Linda!
Entradas de pequenos afetos,
Ao molho de carícias,
Delícias!
Guarnições e pratos secundários recheados...
Com belos sonhos para um futuro consistente,
Apetitosos!
Prato principal, o Amor recheado de repetições...
Te amo, Te amo, Te amo, Te amo!
Repetidas vezes com banalidade,
Frugal degustação!
Sobremesa em louças finas,
De bem casados em caldas de ilusão,
Pura satisfação!
Convidado confirmado, presente ausente,
Perfeito na imaginação, dono do coração,
Mensagem de desilusão turva a magia da satisfação,
Vazio latente!
O tempo, senhor dos efêmeros,
Arrebata onírico desfazendo tudo no ar!
Faminta a ilusão resta chorar,
Fim de festa!
Tudo acabado,
Ilusão quebrada, em cacos a chorar!
Ferido coração a soluçar,
Lágrimas da decepção!
Nada existiu nem compartilhado,
Banquete de sonhos desfeito,
Sozinha agora soluça dentro do peito,
Alma solitária!
Enxugado o mar pelos olhos derramado,
Haverá um sonhador a alma agradar,
Novo banquete há de preparar,
Tempo e onírico podem festejar!
(Miguel Veiga)